Uma explicação do crime: a Teoria da Anomia de Robert Mertonpor priscila oliveira
1. Interessa-nos particularmente a ideia de inovação aqui, onde as metas culturais são aceitas e os meios institucionalizados são abandonados em favor de procedimentos mais eficientes (do ponto de vista da consecução do objetivo), ou seja, o crime, de acordo com esse ponto de vista, compensa.
2. Assim, a anomia estaria presente quando a falta de integração entre o nível cultural e a estrutura social conduzisse ao abandono das normas e a uma situação de falta de normas, um cenário propício para a proliferação do crime em suas diversas manifestações.
3. De acordo com Robert K. Merton, o crime não é normal: um estado de desorganização social é que leva à criminalidade. O crime, portanto, caracteriza uma situação de anomia social.
4. A noção de anomia, no contexto da discussão sociológica sobre a criminalidade, significa a disjunção entre os objetivos culturalmente prescritos e os meios institucionalmente legítimos de realização de aspirações.
5. Num cenário de anomia social, portanto, os planos cultural - que diz respeito às metas e valores relativos ao que é culturalmente considerado como "sucesso" - e social - que diz respeito aos meios legítimos para realização destes valores e alcance destas metas - estão dissociados.
6. Assim, para Merton, a sociedade é quem controla os meios institucionais que são colocados à disposição de indivíduos para que atinjam objetivos culturalmente estabelecidos.
7. Para o autor, são 5 as formas possíveis de adaptação individual: a conformidade, a inovação, o ritualismo, o retraimento e a rebelião.